Visita inesperada
Justo no momento do
sono mais pesado, ela acorda sobressaltada com a exclamação “tem um homem!”.
Parecia mais um urro do que propriamente um grito. Era 2h30, madrugada de
domingo, sua mãe avisa que alguém havia entrado na casa.
Desnorteada, seu primeiro
pensamento foi questionar a segurança, pois dormiam apenas três mulheres e uma
criança. Tudo pareceu ocorrer rápido, hora antes havia acordado e viu que sua irmã
deixou a luz da cozinha ligada. O sono era inquieto, não havia sonho, apenas
agonia. Seus olhos pesavam forçosamente.
Sua mãe gesticulava
de olhos arregalados diante das suas crias, pois acordou com o ladrão perto
dela, imagina só! Com o susto, o estômago doía, e essa dor persistiu até ao
amanhecer. Nervosa, deu por falta do celular e todas perceberam que o visitante
havia enchido os bolsos com todos os aparelhos. Todas ficaram gratas pela vida.
Depois do episódio,
se acalmou aninhada à sua mãe na rede. Foi tentar descansar na cama, no
entanto, qualquer barulho a alertava. No raiar do dia, conseguiram dormir.
Frágeis, vulneráveis, amedrontadas. Mais tarde, notaram um par de sandálias
pretas com tiras vermelhas de uma marca “Bad Boy”.
O urro da mãe
assustou o ladrão, pois saiu com os pés descalços correndo pela porta da
frente, riscando a rua silenciosa. Nas mãos, levou consigo a faca de cabo
branco da Tramontina. Esta casa não foi a única a receber a “visita inesperada”
naquela semana. O sono daquela família nunca mais foi o mesmo.
*Fato ocorrido em 24
de julho de 2016.
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