Melhores viagens

 Acho que as melhores viagens sempre são sobre pessoas, e não sobre lugares. Foi o que pensei na primeira vez que viajei além do Norte. Não que eu nunca tenha viajado antes, mas é que eu sempre ía para os mesmos lugares. 

Desde a adolescência, a minha ideia de vida adulta perfeita era viajar e investir na educação. Vieram as crises de ansiedade, o medo, a depressão e adiei esta vontade que sempre tive de conhecer pessoas e lugares. Vivi alguns anos pensando que precisava de muito para fazer acontecer. Era coragem que eu precisava. De cura. A jornada interna foi longa. Mas agora tô aqui. 

E fui parar num lugar que nunca passou pela minha cabeça visitar. Até porque não sou fã de praias. Mas Recife e Olinda é um rolê mais cultural. Foi com a fala da voluntária Caiana no hostel que enxerguei uma Recife cheia de identidade. E o povo?! Ah, mas que delícia falar com as pessoas de sotaque cantado e de gestos cordiais. Cada final de fala deles, eu repetia. Pra ouvir a mesma sonoridade saindo da minha boca. Só sei que gostei.

 Fui sem expectativa. Pra fazer algo que dediquei energia. Não fui pra passear. Cheguei numa época caótica por causa das chuvas. Reencontrei Alice com quem fiz amizade quando estive em Alter. Pude conhecer Rapha que era amiga só no virtual. A companhia delas fez muita diferença na minha passagem rápida por Pernambuco. Lugar de pessoas queridas. Tive perrengue com a minha volta pra casa. Nem tudo saiu como pensado, mas saiu melhor do que o esperado. 

Por tudo isso, minha primeira saída além do Norte foi bem marcante. Ainda estou processando as cenas para entender mais lá na frente o que aconteceu. Só sei que o caminho para alcançar o sonho foi redirecionado e um item da lista de preparação já pode ser riscado.

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