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Bom dia pra começar

 Hoje, acordei às 5h. Fiz meu devocional e fui me exercitar. A minha vizinha que sempre vai comigo, não acordou. É feriado por aqui e só vi um moço caminhando onde sempre me exercito, ao redor do estádio de futebol. Mas consegui dar só uma volta, porque começou a chover. E as poucas pessoas que chegaram depois foram embora e eu decidir ir também. No caminho fui parando pra me proteger da chuva. Até que criei coragem pra me molhar. Quando cheguei na frente de casa, o coletor de lixo deixou amontoado os lixos dos outros vizinhos. Algum bicho revirou tudo e tive que juntá-los. Estava cheio de fraldas descartáveis de criança. Toda vez peço para os coletores não amontoarem, mas sempre muda o gari. Enfim. Agora, estou fazendo já algumas tarefas e decidi ver se tinha alguma mensagem da minha vizinha dorminhoca. E a chuva está bem forte. Ainda bem que ouvi minha intuição e vim logo pra casa, pensei. A chuva estava boa pra tomar banho lá na rua que nem criança, sabe?! São quase 8h da manhã e nã

Só um lembrete: Do ordinário ao extraordinário

 Não espere algo grandioso acontecer, se você esquece dos detalhes. Pra ver acontecer o extraordinário, é preciso viver os momentos ordinários. O caminho é sempre inverso, é o primeiro passo que te leva ao destino escolhido e não o contrário.  O resultado final é só a motivação, pois o que te leva ao prêmio é o passo a passo. Uma simples atitude pode ser a chave para abrir a porta da sonhada oportunidade ou para algo incrível que você nem imagina.  Pequenas coisas tecem o teu caminho, tenha consciência disso. Um novo idioma, uma alimentação mais saudável, um hobby, um novo curso ou livro. Não pense que não vai resultar. Pois vai!  Mesmo com desânimo ou com medo, comece.  Logo vai ver o resultado!

A bagagem está pronta

 O caminho. No meus 20 anos, pensava que se podia traçar a vida toda num planner. Já estava tudo certo, me formaria em jornalismo e depois partiria pra Belém. Trabalharia na mídia da ABA e depois partiria pra NT em São Paulo. O ex boyfriend estava avisado. A formatura chegou, menos a viagem. Os currículos começaram a se multiplicar assim como os NÃOs por alguns motivos. Imaturidade, não era flexível com o sábado, assédio, jovem demais, não tem indicação...  Não viajei. Não me mudei.  Até ontem me perguntava o porquê de não ter ido. Precisava de muito dinheiro? Não podia deixar a família? Não tinha lugar pra ficar? A verdade, é que já estava adoecida algum tempo e tudo foi piorando depois do término da faculdade. O corpo, a mente, a autoestima, a relação com o namorado, o casamento da mãe, o espiritual, o anseio pelo amor do pai, a ausência de acolhimento e pertencimento estavam acumulados. No lugar do sonho, fez morada o medo e a ansiedade. O que tornou tudo tão árido e escuro.  Mas qu

Motorista sincero

 Ele me pegou na Av. Independência às 8h09 da noite. Na conversa disse que estava com 31 anos, era casado e tinha uma filha. Me perguntou de onde eu vinha e o motivo da viagem. Também quis saber se eu era crente, e afirmou que até o próprio Iπi=igo é, se crê em Cristo. "É muito difícil ser cristão, saca?!". Concordei. Tem muito cristão embecado e de bíblia debaixo do braço que não sabe ser gentil, educado, amoroso, bondoso, generoso, empático assim como Jesus.  Disse pra mim que conhecia o submundo e que já tinha visto de tudo. "Eu cresci no Jurunas!". Comentei que eu também havia crescido em área de risco social. Várias vezes repetiu que era difícil ser cristão, mas sua conversa era cheia de referências bíblicas e anseio. Perguntei se ele havia frequentado a igreja alguma vez, afirmou que sim. E relembrou com saudades dessa época. "Não é fácil, a gente precisa de dinheiro, já fiz tantas coisas!". Enfatizei que Cristo não se importava com o passado dele,

Infância colorida

Hoje está uma manhã fresca. Desceu a ladeira de braços abertos como um aviãozinho. O sobrinho atrás passou devagarzinho debaixo da robusta mangueira. Me sinto relaxado aqui! Ela saltitou para ver o coco que parecia manga grande. Voltou para o rumo de antes. Está uma bela manhã, os passarinhos cantam... Não vejo pássaros, tia! Tu tens que ouvir, presta atenção que estão cantando agora e as flores enfeitam as calçadas. Abriu os braços. Rodopiou. O sobrinho constrangido sussurrou para alguém imaginário “minha tia está muito animada!”. Mas ele não sabia que ela só queria colorir a sua infância.  *uma memória de hoje pra se guardar aqui.

É ela, Gabriela!

 Hoje, encontrei Gabriela, a menina dos pés descalços, protagonista de uma das minhas crônicas favoritas. Enquanto esperava o bus para ir ao trabalho, passou por mim cantarolando e conversando com sua bebê deitada no carrinho. Desta vez não quis evitá-la como fiz com alguns rostos na mesma semana quando estava num dia ruim. Não me contive, a chamei pelo nome e a relembrei do tempo que a conhecemos e onde morávamos.  Rever Gabriela foi nostálgico. Era como se mamãe estivesse viva e eu pudesse ouvi-la responder pra menina que sempre pedia pão ou R$ 1,00 para comprar mortadela, vestida apenas com short e sujeira.  Dez anos se passaram, diante de mim estava a personagem de "Gabriela, quem é ela?", agora mulher, mãe aos 20 anos, com a fala tão adulta. Esta cena me fez revisitar diálogos engraçados entre ela e mamãe. Enterneceu meu coração.  Espero que Gabriela esteja e seja feliz. Que no seu presente ande sempre calçada por algum sonho. 

Melhores viagens

 Acho que as melhores viagens sempre são sobre pessoas, e não sobre lugares. Foi o que pensei na primeira vez que viajei além do Norte. Não que eu nunca tenha viajado antes, mas é que eu sempre ía para os mesmos lugares.  Desde a adolescência, a minha ideia de vida adulta perfeita era viajar e investir na educação. Vieram as crises de ansiedade, o medo, a depressão e adiei esta vontade que sempre tive de conhecer pessoas e lugares. Vivi alguns anos pensando que precisava de muito para fazer acontecer. Era coragem que eu precisava. De cura. A jornada interna foi longa. Mas agora tô aqui.  E fui parar num lugar que nunca passou pela minha cabeça visitar. Até porque não sou fã de praias. Mas Recife e Olinda é um rolê mais cultural. Foi com a fala da voluntária Caiana no hostel que enxerguei uma Recife cheia de identidade. E o povo?! Ah, mas que delícia falar com as pessoas de sotaque cantado e de gestos cordiais. Cada final de fala deles, eu repetia. Pra ouvir a mesma sonoridade saindo d