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A lata de leite

A rua Netuno estava no maior alvoroço, parecia que algum acidente havia acontecido, mas as pessoas não estavam ali para socorrer e sim para ver o espetáculo. Havia uma mulher numa bicicleta, na frente dela tinha uma barreira de garotos que observavam a cena com curiosidade. Transeuntes paravam, pois também queriam fazer parte do tumulto. Espremido pela multidão, num canto do muro estava um homem franzino com olhos assustados, ao lado, a prova do crime: a lata de leite. Para que não fugisse, um vendedor do comércio o vigiava, estava sério, apenas cumpria ordens. O interrogatório começou, quando dois homens se aproximaram do rapaz amedrontado. Queriam saber o que o motivou, “é pro meu filho pequeno, não tenho dinheiro, não consegui trabalho...”. Minutos depois, chegou o dono do mercantil, e novamente a mesma pergunta, seguida da mesma resposta. Não dava para descrever se o homem estava com medo ou com vergonha. Um dos homens que o interrogava pagou a lata de leite, o valor foi repa