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Mostrando postagens de abril, 2012

O vaso

Ele sempre esteve ali, naquele lugar. Durante dias, semanas e meses. Não parecia grande coisa, mas também não era pequeno. Servia para dias alegres com flores coloridas e sorrisos, dias apaixonantes com rosas vermelhas e romantismo, para dias tristes quando havia apenas o vazio ou era esquecido. Não lembro sua matéria, às vezes parecia ouro por sua nobreza, ferro por sua força, barro pela sua fragilidade. Mas lembro que não era chamativo, apesar de decorar. Sempre estava no mesmíssimo lugar. Em certos momentos, a impressão que deixava era de que havia vida nele e que nada despercebido passava. Parecia que queria mais do que guardar flores artificiais ou naturais, pois elas logo murcham e viram lembranças. Porém, não importava sua existência, era apenas um vaso.  Ninguém sabe contar, mas o vaso sumiu. Sem se despedir. Ninguém viu se quebrou, se alguém o pegou para outra finalidade. Se com dignidade deixou sua função. Agora, é percebida a sua ausência. O lugar do vaso está vazio, ass

Convivência

Hoje me olhei no espelho e fiquei confusa, pois vi teu sorriso refletido no meu sorrir. Quando falo, tuas palavras se embaralham nas minhas, como um esforço de manter viva a tua memória a mim. Ao ver um amigo, me assusto por reconhecer o teu cumprimento no meu aperto de mão. Agora as pessoas não veem mais você comigo, porém percebem que estou carregada pela convivência sua, e você anda com a metade do que é na rua, se extraviando com o que levou de mim pelo caminho.