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Mostrando postagens de abril, 2010

A carona

Na rua deserta e mal iluminada do Cabralzinho, esperava o ônibus sempre atrasado. Distraída, inventava canções sem rimas e cantarolava músicas há tempos esquecidas, "me sinto só, me sinto só, eu me sinto tão seu...". Com a demora do coletivo até uma carona serviria, foi rápido o pensamento que passou, "talvez eu não confie neles pra pedir ou eles tenham medo de mim". Não era garota de programa, nem invisível, muito menos a morte. Distraída, continuava a cantar "me sinto só, me sinto só", após 1h, uma  strada  para na sua frente. Desconfiada, olha para o rosto de quem lhe chama, "quer que eu te leve até à ponte? Pode confiar, vou para o Muca, posso te deixar na Claudomiro".  Hesitou, com tantas histórias de maníaco, quem em sã consciência aceitaria carona de um estranho ou ofereceria? Estava cansada, decidiu aceitar. Apreensiva, entrou no carro. Durante o percurso as respostas eram curtas para as perguntas diretas. Cautelosa, repassou o