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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

História em Quadrinhos Lucy, por Elle Custódio

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Personagem Lucy Bruno Se você chegou até este blog, já percebeu que sou amante das artes. Entre tantas que aprecio, temos as Histórias em Quadrinhos 💓 Portanto, vou lhe apresentar a HQ Lucy.  Esta HQ foi escrita por mim, infelizmente o meu talento para os desenhos não vingou 😐 O enredo é simples e baseado nas histórias de infância da minha saudosa mãe.  Lucy foi publicada na 3ª edição da revista independente Mixtureba Comix do Coletivo AP Quadrinhos. A ideia era torná-la um cartoon,  mas problemas técnicos no processo de produção afetaram o resultado. Enfim!

Invasão das borboletas

O fenômeno virou notícia em 2013, milhões de borboletas invadiram Manaus para descansar antes do acasalamento. Vindas de países como Costa Rica, Peru, Colômbia, Bolívia e Venezuela. Elas migraram para se reproduzir em outro lugar. O caminho era cheio de obstáculos até chegar ao destino final. Havia distância, calor e ventos fortes. Nem todas conseguiram completar a viagem. Só as mais fortes chegaram onde seria o acasalamento, para gerar seres tão resistentes quanto elas... Outro fenômeno chamou atenção de todos. Centenas de Venezuelanos chegaram à terra dos Manauaras, empurrados por uma pesada nuvem vermelha. Não seria o destino final, pois mesmo sendo a 5ª cidade que mais os recebe, não oferece boas condições para todos. Tem militar como motorista de aplicativos, contador como recepcionista, engenheira como diarista, médico como feirante. São exemplos de pessoas que resistem às intempéries, pois assim como as borboletas, só os mais fortes conseguem “sobreviver” na selva d

Viagem na maionese

Certo dia, depois de uma conversa calorosa com minha mãe, aos 16 anos decidi ir sozinha para Belém do Pará – querida terra natal – para vender livros de porta em porta. O maior desafio não seria a venda e sim realizar um sonho, conhecer meu pai. Minha saudosa mãe entre suspiros dizia: “minha filha é tão sonhadora!”. Desconhecia a determinação do seu passarinho. Doía me ver querer sair do ninho. Por proteção disse não, mas foi em vão. Eu não tinha os pés no chão! O inevitável aconteceu, o meu pai conheci. O grande sonho fora realizado, o que veio depois não precisa ser contado. Até porque nem tudo sai como o imaginado. E será que todo esse texto vai ser rimado? Quando chegou o tempo de entrar na faculdade, minha mãe novamente o outro sonho não apoiou, mas os três primeiros semestres da faculdade pagou. Reclamava e reclamava, dizia que era para eu ter feito direito ou medicina. Não quis mais a ajuda financeira dela, consegui estágio e me virei para conquistar o diploma de jo

Como uma extensão

Barulho de ventiladores no ar, e a sala de estar do hostel cheia de hóspedes. Numa mesa, alguém digita em seu laptop. Numa ponta do sofá uma moça sorri sozinha, na outra um rapaz se espreguiça. Cubos de gelo tilintando no copo, a tarde é quente e úmida. Observo que há pessoas de nacionalidades diferentes, a maioria sabe falar inglês. No entanto, não interagem entre si. Na mão, um objeto em comum. O copo com gelo se esvazia. Por um momento, presto atenção na cena. Assombro-me ao ver que todos estão conectados ao que se tornou a extensão do homem. Engulo o último cubo gelado. E como eles, me volto para o celular nas mãos.

Da varanda

Tarde quente, risos vindos da piscina e uma varanda no primeiro andar – lugar perfeito para me recostar numa cadeira e contemplar a imensidão azul. Então, respiro. Suspiro. Há alívio e gratidão! Nos primeiros dias, aquela varanda se tornou meu refúgio para prosear com o Criador. Afinal, o céu não é somente obra para descansar minha visão. É o meu lembrete. Da varanda, processava todos os últimos acontecimentos, situações ruins e bons desdobramentos. Na correria dos dias, vieram as novas amizades e vivências. Foi tudo tão inesperado. Próximo da minha partida, a varanda ficou vazia, apenas algumas cadeiras faziam a cena. As tardes ainda eram quentes, mas com tom de melancolia. Havia outro sentimento a pulsar e um novo lugar para ocupar.