O trapiche
Era o refrão que a pequena menina morena cor de jambo, cantava sentada no trapiche. Todas as manhãs quando seus tios saiam para o trabalho, eis que a mocinha franzina passava suas horas matinais a brincar no terreiro. Um dia ficava a falar sozinha sobre coisas infantis. No outro dia, fazia comidinha para os seus convidados imaginários, brincava de casinha com as primas, e dia a pós dia fazia travessuras de criança…
Quando não havia nada para fazer, quando tudo parecia tão quieto. A menina corria para o seu trapiche amigo. A frente da casa de sua avó, eis que todos os dias descansava o rio Jacarezinho, e por baixo do trapiche escorria um estreito Igarapé.
Embalada pelo som das águas, a menina começava a cantar: ” embarca morena, embarca. Molha o pé, mas não molha a meia. Viemos de nossa terra, fazer barulho em terra alheia…”, e assim a canção era emendada por outros refrões do carimbó, que a menina aprendia nas festas que seu avô fazia no salão da casa do interior.
Esta era a rotina da menina morena cor de jambo, que um dia se despediu de seu companheiro para se aconchegar em outro lugar. Mas as canções continuaram….
Por D.G
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