Óleo de Lorenzo

MILLER, George. Lorenzo’s Oil. EUA, 1992.
O diretor do filme Óleo de Lorenzo, George Miller, nasceu no dia 03 de março de 1945, na Austrália. Um dos seus filmes mais recentes é Happy Feet (O Pingüim – 2006). Atua também como roteirista, produtor e ator.
Melancolia, esperança e agonia, palavras que se combinam ao expressar os sentimentos apresentados pela obra cinematográfica, Óleo de Lorenzo. O autor George Miller poderia ter realizado o filme num pano de fundo mais pitoresco e alegre. Muitos podem até fazer tal exclamação – como pode ser tão triste esse filme? Entretanto, o autor apresentou fatos, e nesses fatos, conflitos entre os conhecimentos divergentes.
O Óleo de Lorenzo é a história real de Michaela Odone e Augusto Odone, que lutam para salvar a vida do filho, Lorenzo. A criança aos cinco anos começa a sofrer uma doença incurável e degenerativa, chamada de adrenoleucodistrofia (ALD). Uma história de superação e fé. Milagres, seria essa a palavra chave que poderia ser utilizada na epítome da obra, no entanto, a fé é questionada, a religião é posta de lado, na busca pela cura do menino Lorenzo. O autor apresenta a mãe da criança como alguém que em meio às enfermidades, recorre à ciência e aos médicos.
O casal Odone foi aos médicos, porém, suas expectativas foram diminuídas. A frustração foi grande quando perceberam que não conseguiriam passar para além do protocolo. E, por falar de funcionalismo público e protocolos, as coisas são bem lentas e questionáveis. Como toda ciência, a medicina também segue as suas regras e leis de condutas. E a objetividade cientifica se insere neste contexto. Foi nessa etapa do processo pela busca pela cura, que Michaela e Augusto encontraram problemas. Pois, de acordo com o autor, as restrições impostas pelos médicos sobre o menino, não estavam ajudando. Foi onde tudo começou.
O inicio da luta dos pais pela descoberta da cura. Momento em que eles começaram a estudar profundamente sobre a doença, e fazer questionamentos. Mas, a medicina apesar de realizar um trabalho com seres humanos, é uma ciência lógica, portanto, raramente abre exceções. Surgem então os problemas, pois o casal Odone mediante tanto estudo fizeram descobertas que curariam tanto Lorenzo quanto outros meninos portadores da doença. No entanto, os médicos não aceitaram, pois tal diligência pediria que burlassem o protocolo, e isto seria inconcebível. Porque para os médicos tudo começa com profunda pesquisa e exaustiva observação, para que alguma medida possa ser executada.
Michaela e Augusto, durante anos de muita luta e amor incondicional, conseguiram fazer mais por Lorenzo do que profissionais condicionados a apenas uma vertente (objetividade cientifica) não conquistaram, a solução. Outros pais, com o mesmo problema se conformaram com a triste sina, mas, os Odone não. O óleo, batizado com o nome da criança ajudou a muitas crianças a se reabilitarem, inclusive Lorenzo, segundo o filme.
O Óleo de Lorenzo, é uma história tristonha. Em que pais motivados por um fio tênue de esperança, fizeram a descoberta milagrosa. Claro, o casal Odone teve vários impedimentos, encontraram as famosas barreiras burocráticas entre os protocolos médicos, e na ciência – elas existem. Mas, os pais de Lorenzo não desistiram, mesmo que a ciência não estivesse a seu favor, pois sabiam que atrás da colina havia um sol que brilhava radiante.
Objetividade, protocolos, até quando nos ajudam? No filme como assistimos, em nada ajudou, apenas retrocesso. E se os pais houvessem confiado apenas nos médicos e cruzado os braços – a espera da morte da criança – e se apenas tivessem depositado toda sua fé e esperança no santo Lorenzo, esperando a cura milagrosa. O conhecimento cientifico foi dado aos homens, e não devemos refutá-lo. Fé e ciência podem andar juntas. Experiências como estas acontecem sempre, veja no jornalismo. Quando surgem os problemas, muitos profissionais cruzam os braços e se conformam com a realidade dura, nua e crua, dizendo que nada podem fazer, apenas esperam pela morte do jornalismo – assim como o casal da fundação no filme, que o casal Odone conheceu. Fazer a diferença, lutar e burlar os protocolos, pois sempre há uma brecha.
Por D.G

Comentários

Anônimo disse…
Nossa muito bom seu texto realmente aproveitei a leitura.
nota 10 \o/
Anônimo disse…
Minina!!! gostei da sua resenha!!!
Vou me inspirar em vc p/ fazer a minha agora !!1 bj
Elle Custódio disse…
Gentileza sua!

Mesmo assim obrigada.

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