O telefonema

13h da tarde, dia cinza. Lá fora, movimentos dos carros regados pela fina chuva. Um dia agradável, porém, monótono. Estou reclusa, sentada, pensando em como as coisas na vida sucedem e se entrelaçam. As 11h45 recebi um telefonema que mudou o meu dia – talvez não a rotina, mas as emoções vividas nele. Um fato anterior: ao acordar, me deparei com a manhã mais chuvosa do mês de março – posso adorar dias chuvosos, mas hoje, me senti traída.

Na semana anterior, fiz inscrição com o objetivo de participar de duas oficinas ofertadas pela faculdade. O combinado era chegar as 8h45, além de ir para o trabalho (uma obrigação!), mas pela falta de um guarda chuva que havia sido emprestado (uma crônica poderia ser feita sobre esse maldito guarda-chuva), não consegui. No ônibus, após a trégua do aguaceiro, fiquei pensando em como esta determinada chuva acabou com o meu dia. As 9h45, cheguei onde trabalho, parecia um pinto molhado – nem imaginava a surpresa que teria. Há alguns anos, quando os meios de comunicação não eram tão avançados, o telegrama era o meio mais forte. Devido à demora para a mensagem chegar ao seu destino, era enviado somente em casos de urgência: notícias alegres (nascimento/casamento) ou a morte de alguém. Esta era a importância de um telegrama.

O telefone toca, ao ouvir o nome da pessoa que gostaria de falar comigo, fiquei curiosa. Para ele ligar, de repente, deveria ser importante. Na altura do campeonato, a ligação que recebi, teve a importância de um telegrama. Não se preocupem, não era nota de falecimento. Do outro lado da linha estava um jornalista, que me indicou para uma vaga de emprego – é, valeu o tempo dedicado sendo colaboradora do blog dele! Sabe quando existem algumas coisas pendentes na vida, você precisa arrumar a casa, e aparece o santo que vai lhe ajudar. Estou querendo pôr em ordem algumas coisas também, e a proposta de emprego veio a calhar – resposta às minhas orações!

A tempestade matutina que caiu me fez perder a esperada oficina do Itaú Cultural. Sobre meu atraso no trabalho já estava tudo planejado, me credenciaria primeiro para a oficina e depois iria trabalhar, relax. Se eu tivesse ido para a oficina, não estaria no lugar certo, no momento exato em que o jornalista ligou, pois ele telefonou para o celular do meu boyfriends que foi devolver o guarda-chuva no meu trabalho. Como dizem as boas línguas: “depois da tempestade, sempre vem a bonança”! Não escrevi esta crônica só por receber uma proposta de trabalho, mas por ter a certeza de que sonhos se realizam, e está próximo o dia em que trabalharei no lugar sonhado.
Por D.G

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