Começar pequeno

Certa vez ouvi uma frase: "Pensar grande, começar pequeno", você já ouviu essa expressão? O fato curioso é como começar. Ainda na minha pré-adolescência, aos 12 anos, aproveitei minhas férias para fazer rosquinhas de coco e vender - durante uma semana lucrei cerca de R$ 50,00. Depois passei a ser baby-sitter, acostumada a ter sempre meu "dinheirinho" não hesitava aos pedidos dos pais. Na verdade, minha tarefa com as crianças era fazer companhia; incluía contar histórias antes de dormir, esconde-esconde e a melhor hora: o lanche! O tempo passou. Se você visse como estão crescidas as crianças, que nas horas noturnas fiz companhia.
Já fui zeladora também, trabalho árduo e exaustivo, é difícil limpar a sujeira dos outros - principalmente os que não conhecem o lixeiro. Fiquei pouco tempo. A única coisa boa, foi porque trabalhei os bíceps e as costas, haja malhação!
Aos 16 anos, com vontade de me aventurar e respirar novos ares, fui ser vendedora de livros em Belém - batendo de casa em casa. Mais evangelizava do que vendia, pois vender livro para um povo que não gosta de ler - não é fácil! Ainda em Belém, não queria mais vender. Estava no 3º anos do Ens. Médio, decidi então que seria estagiária. Nem imaginava o perigo...
Em busca de um estágio ou outro tipo de trabalho, fiz alguns contatos. Fui barrada na primeira instância: você precisa ter curso de informática e ser maior de 18 anos. Meu céu desabou (isso sempre acontece). Voltei a vender livros, em Castanhal agora, mas por pouco tempo. Adoeci, portanto fiquei só estudando.
De volta à Macapá, a cidade parecia esquecida, e poeirenta. Foi a primeira impressão que tive ao retornar. Já na faculdade, continuei em busca de trabalho. Com um simples curriculum me apresentava em lugares que supostamente poderia trabalhar. Tudo em vão, logo, vinha a resposta: você precisa ter experiência.
Putz! Já tinha a maioridade, curso de informática e estava na faculdade, e mais um empecilho me aparecia?! Não tinha outra, fui procurar estágio, mas precisava está no 3º semestre - fiquei na espera. A partir do 4º semestre, consegui estágios - experiências desastrosas - chefes arrogantes ou exploradores, com apenas uma exceção! Saí dos estágios, ganhei experiência. Passei a ajudar minha mãe na cantina de uma certa escola. Voltar a estagiar? Só se for para fazer o trabalho de conclusão de curso, com o tempo disponível.
Ufa! Muita ralação, quem não passou por isso?! Trabalhos dignos, porém, não valorizados. Ainda penso grande, ganhar o prêmio Nobel, quem sabe. Mas falar que não sei como são esses tipos de trabalhos, dizer que não comecei pequeno, isso é sacanagem!
Por D.G

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