Diploma pra quê?

Não lembro qual foi o dia, mas recordo muito bem o momento ímpar na minha vida - em que fui gentil e ao mesmo tempo injustiçada.
A fila de espera era pequena, e ainda não passava das 12hpm. Quando vi uma senhora idosa aguardando a vez para fazer o pagamento da mensalidade de algum parente. Eram dois caixas, mas um estava fechado, portanto o atendimento era mais demorado. Percebi também uma mulher loira de testa larga e nada atraente, se movimentar rapidamente pela secretaria acadêmica e central de atendimento ao aluno. Não demorou muito para que a loira estivesse na fila, era a última.
Na minha frente haviam duas pessoas, atrás estava uma garota e a senhora idosa, logo após, a loira. Não havia nenhum aviso entre tantos postos na parede, informando que os idosos, grávidas e deficientes, tem prioridade no atendimento. Mesmo assim, quando chegou a minha vez, olhei para a senhora que embora bem vestida, parecia cansada e lhe perguntei se gostaria de ser logo atendida - que gentilmente aceitou o oferecido.
Quando me dei conta, a loira já estava na minha frente. A garota atrás de mim com o olhar interrogativo - esperando que eu fizesse alguma coisa - estampava no rosto a pergunta: qual o motivo dela ter passado na frente? Ao falar, hesitei, mas disse à loira que agora seria a minha vez. Petulante, me olhou desdenhosa e informou que seria atendida, mas que a garota poderia ir na sua frente. O motivo? A resposta foi categórica - você passou a tua vez para a senhora, então, tu fica no lugar dela.
Gostaria de saber o nome dessa infeliz. Resolvida de que passaria na minha frente, disse que estava na maior correria.
A garota questionou - mas ela só quis ser educada! Falei que era só uma questão de consciência, mas nada adiantou. Na "cara de pau", a loira impertinente não parou por aí, falou o absurdo - você quis ser educada e passou a vez, mas eu estou com muita pressa.
Perplexa e irada, fiquei estática (me vi pulando em seu pescoço). A loira estava no caixa pagando o requerimento em que solicitava o seu diploma.
A garota atrás de mim foi embora com sua amiga, comentando o ocorrido com as emoções afloradas por tamanha injustiça. Sem reação, ainda digerindo o ultraje me direcionei ao caixa, enquanto pagava fiz o relato à mulher que atendia, que me contou não ter visto a idosa na fila, pois teria evitado a situação constrangedora. Ela perguntou: como pode a pessoa ser assim? Todos já sabem para quem é a prioridade, não precisa de placa avisando para ser educado - é uma questão de consciência!
Concordo. A loira de testa larga tinha todo o direito de está com pressa, mas não justifica a atitude desrespeitosa. Lembrando que ela estava concluindo o curso de direito. Diploma pra quê? Pendurar na parede?! Imagine isso, com o diploma na mão.
Por D.G

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