Epístola à Emília

Macapá, 23 de outubro de 2008. Estimada Emília, O começo. Sempre é mais difícil iniciar algo, não importa o que seja. Escrever uma carta também, mas isso depende para quem é destinada. No inicio podem até faltar palavras, porém, quando as palavras surgem - fluem como um manancial. Hoje, senti vontade de escrever para você, mas não tenho tema certo, queria falar sobre muitas coisas; sobre vida pessoal, meu pai - sobre ele daria para escrever um livro - no entanto, quero descrever a bonita tarde que veio nos deleitar. Enquanto escrevo esta carta, minha mãe - que adora conversar - fala comigo sobre a indecisão e receio que o César e a Eva tem na escolha dos seus candidatos para este 2º turno. Quem são eles? Pode ser a sua pergunta, só posso dizer resumidamente que são nossos amigos Adventistas do Sétimo Dia de longa data. Na conversa, estou a escrever a carta, mas mamãe continua a falar e eu, como uma boa ouvinte que sou me divido entre dá atenção à minha mãe e à carta. Ela também falou sobre uma mulher que acrescentou 5,5 litros de silicone - isso porque a “mulher” já havia colocado uns 7 litros. Daqui a pouco, esta individua que mamãe não lembra o nome, vai está voando com seus balões siliconados! (A noticia, ela assistiu no Super Pop). Enfim, “mamy” foi tomar banho, mas sempre que pode ela aluga meus ouvidinhos. Agora sim, posso falar sobre esta tarde tão aprazível. Hoje foi um dia bem agradável, não estava tão quente e pude assistir aos desenhos matinais sem reclamar do calor. Quando me pus a redigir nestas linhas rosas e não azuis, como de costume, já estava próximo do pôr-do-sol. Mamãe até comentou: - que tarde tão bonita, ótimo para passear. Antes de a tua tia viajar vou levar ela no Parque do Forte. É verdade, era uma tarde pitoresca, em que a brisa nos envolve e pronta a anos refrescar. Quando mamãe teceu este comentário, eu estava no quarto e sentada na cama com caneta e papel na mão. A tarde agradabilíssima pude ver pela janela, assim como e quando se observa a pintura de um pintor na moldura. Agora, mamãe fechou a janela e não mais vejo o balanço das árvores que dançam no ritmo da regência do ar. No entanto, ainda sinto o frescor da tarde que veio nos agraciar - tanto que sinto meus pés frios, pois a tarde se foi. Mesmo com a janela fechada, ainda lembro-me da tarde tão bela que nem o fotógrafo mais apto conseguiria registrar, talvez o pintor, com seu arco-íris de cores e seu talento nato, poderia, quem sabe, a natureza imitar. O vento soprava suavemente, ainda não era o entardecer, o céu não estava cor de fogo, mas num azul límpido. Os açaizeiros, tão esguios, iam ao ritmo de uma força invisível, de um lado para o outro. As casas em primeiro plano completavam a composição. Lá fora, pude ouvir o barulho de crianças que nunca param de brincar e, o som de uma música brega, nada mais que o tecno brega. Acho que era isso. Pra você, um forte abraço. Atenciosamente, Danielle.

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