O beijo que não beijei
Acostumada desde criança a sempre manter os cabelos curtos, tinha o hábito de cortá-los quando estavam na altura dos ombros. Na frente de casa, morava um vizinho muito simpático e conhecido da mamy de uns tempos que não vivi, que fazia uns bicos como cabeleireiro. Então, quando era preciso solicitava dele o serviço. Era sempre o mesmo corte no ombro e em camadas. Não lembro o dia, mas teve uma vez e última que ele cortou meu cabelo. A mesma técnica, borrifava água, penteava e tesouras trabalhavam. No final, ele sempre dizia para eu fechar os olhos e acertava as pontas dos cabelos na frente e limpava a minha face. Até que nesse dia o simples ritual foi quebrado por um impulsivo gesto. Nessa hora, eu deveria estar em pé, porque recordo que me afastava para trás e ao mesmo tempo tentava empurrá-lo. Ele me segurava forte e me beijava de maneira inescrupulosa. Ninguém apareceu para flagrar aquele que me roubava mais do que um beijo. Até que consegui me afastar e ele correu. As pala...