Mas que preguiça!


Perto da orla, próximo da praia do Cajueiro, em Alter do Chão, encontrei o Don Preguiça Hostel. No dia da minha chegada, fui recebia pelo Edson, tio da proprietária do lugar. Como hóspedes tinha a Ju, Isa, Janaína e Jeff, todos vindos de São Paulo. Conheci o ambiente e me senti em casa. Organizei minhas coisas no beliche, tomei banho e à tardinha conheci o trapiche e vi um lindo pôr do sol. E assim encerrou o meu primeiro dia.
       Nesse hostel, o meu lugar favorito se tornou a varanda, nela eu via o sol nascendo e à noite o céu estrelado. Para alguns hóspedes, a rede era o melhor lugar. Lembro que a Ju passava horas deitada assistindo filme ou lendo, às vezes conversávamos. A sensação que eu tinha era de que Alter nos ajudava a desacelerar, e de que estávamos hospedados na casa de uma família. 
       Pena que essas pessoas tão legais partiram. Claro que novos hóspedes chegaram e também foram embora. Outros desmarcaram, pois infelizmente, a notícia da pandemia mudou o cenário e os destinos de vários turistas e viajantes. Após alguns dias, minhas atividades foram encerradas como voluntária neste hostel. Durante a quarentena tive que ficar em Alter, até que os portos voltassem com o transporte de passageiros para Macapá.
      Nesse período, em algumas manhãs, após a meditação me sentava numa cadeira na varanda pra tomar banho de sol durante uns minutinhos e pensava: “Mas que preguiça!”. Não era indisposição. Apenas a exclamação de um coração grato por ter permanecido no Don Preguiça Hostel e ter sido bem acolhida pela Marlene e Edson.
      Se existe a lei da ação e reação, torço para que o bem que me fizeram durante o período da pandemia longe de casa, retorne à proprietária em forma de muitas reservas na alta temporada. Para que assim a casa fique cheia e as manhãs voltem a ser alegres com hóspedes dando risadas em torno da mesa, comendo pão francês e bebendo leite com café.


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