Já tínhamos nos conhecido no quarto do hostel, quando a acordei narrando minha aventura com os mineiros em Presidente Figueiredo. Meu entusiasmo era da altura da minha voz, levei um tempo para perceber que alguém tentava dormir no caloroso fim de tarde de Manaus. Foi quando ela se levantou que fiquei constrangida pela minha má educação. Em outro momento, já no banheiro compartilhado, foi que nos apresentamos. Ela se chamava Karen Harumi, formada em turismo, com trinta e uns como eu (parecia menos), vinda de São Paulo, e filha de japonês. Para compensar pela minha tagarelice no quarto que a acordou e fazer amizade, a convidei para ir ao teatro. “Ela é uma figura”, foi o que pensei. Apenas constatei quando chegamos alguns minutinhos mais tarde para poder entrar no Teatro Amazonas, e perdemos a apresentação da orquestra. Fiquei tranquila quanto a isso, porque não era a primeira vez que me atrasava para isto. Na outra semana consegui assistir ao espetáculo. Como já estávamos em...
Nesta manhã, ao acordar percebi que estava sozinha. Abaixo da minha cama havia apenas os objetos do colega de quarto que ainda não tinha visto. Todas as outras camas estavam vazias, alguns tinham ido para uma experiência de imersão na Amazônia. De repente, senti um aperto no peito com a certeza de que seria assim todos os dias. Viveria intensamente uma semana de amizade ou menos que isso e depois me despediria para dar boas vindas à próxima pessoa que conheceria. É incrível a energia das pessoas que encontro por aqui, vindas de todas as partes do nosso país e do mundo, num fluxo constante. Diariamente passam por aqui Brunas, Lucianas, Paulas, Daniels... Mas vou citar Tatiana, vinda de São Paulo, havia chegado no mesmo dia que eu. Se apresentou e me deu um abraço acolhedor, com um sorriso iluminado disse que havia trazido a chuva. Pelo visto não foi somente isso que ela trouxe, pois aproveitou suas horas acumuladas de folga para realizar o sonho de conhecer a Amazônia. Sua...
Comentários