Balzaquiana sai do casulo

Balzaquiana. Deita-se em posição fetal no casulo da vida. Mesmo preferindo não se expor, sabe que não pode deter o desabrochar borboleta. Na pele, as marcas do que muito já guardou. Se lavar da maquiagem é fácil. Descansar a máscara social também. Mas despir a alma não é como jogar a roupa suja no cesto. Numa época em que o plástico é a roupa de muitos, uma foto em trajes de banho seria o auge da exposição. Não, não é. Difícil é tirar o tecido que cobre a vulnerabilidade do humano. Do sentir tanto. Sola, faço poses de Pinterest com vestido colado. O que se ajusta ao formato das minhas inseguranças. Fácil é postar foto em trajes de banho. Despir a alma, não é. Mas a Balzaquiana sabe que sempre chega o dia de sair do casulo. Sempre. Mais uma vez.

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