Ele me pegou na Av. Independência às 8h09 da noite. Na conversa disse que estava com 31 anos, era casado e tinha uma filha. Me perguntou de onde eu vinha e o motivo da viagem. Também quis saber se eu era crente, e afirmou que até o próprio Iπi=igo é, se crê em Cristo. "É muito difícil ser cristão, saca?!". Concordei. Tem muito cristão embecado e de bíblia debaixo do braço que não sabe ser gentil, educado, amoroso, bondoso, generoso, empático assim como Jesus. Disse pra mim que conhecia o submundo e que já tinha visto de tudo. "Eu cresci no Jurunas!". Comentei que eu também havia crescido em área de risco social. Várias vezes repetiu que era difícil ser cristão, mas sua conversa era cheia de referências bíblicas e anseio. Perguntei se ele havia frequentado a igreja alguma vez, afirmou que sim. E relembrou com saudades dessa época. "Não é fácil, a gente precisa de dinheiro, já fiz tantas coisas!". Enfatizei que Cristo não se importava com o passado dele,
Numa sexta-feira à tardinha, apressei os passos ao retornar para o hostel. Não poderia perder a hora. Ao chegar, guardei as compras e tomei novamente o rumo da rua que me levaria ao encontro. Não queria me atrasar, pois tenho esse péssimo hábito de ser impontual ou desmarcar em cima da hora. Havia me comprometido seriamente de naquele dia marcar presença pontualmente naquele lugar. Não sabia se teria outra oportunidade como aquela. Às 18h30, cheguei à praia sem conseguir conter minha admiração. O céu estava em brasas. Era uma intensa cor laranja que ocupava um grande pedaço do céu. Pensei naquele grandioso espetáculo como apenas uma tímida faísca da glória de Deus. Então, sorri. Pois tive o melhor encontro.
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