Floresta Encantada

Quando entrei na Floresta Encantada, pensei que encontraria um lugar misterioso com alguma energia sobrenatural. No entanto, era Agosto, a mata estava bem iluminada no período do  verão amazônico e o rio havia baixado rapidamente. As árvores mostravam suas curvas. Não havia mistério. Nem encanto. Foi o que pensei a princípio. 

À medida que o tempo passava, pude sentir o quanto aquele lugar me fazia bem. Completamente desconectada do mundo. Era como se existisse somente o guia que remava, minha amiga e eu.

 A canoa deslizava pela água lisinha sem nenhum sinal de correntes. Às vezes, encostávamos para admirar algumas árvores com suas formas únicas. Minha voz que desde criança tem um volume alto, que só agora sei o porquê disso, cortava o silêncio. Num instante, eu me calava para ouvir. Em outro, tagarelava com o moço sobre como ali era excelente para tirar um cochilo. 

Em certo momento, ele parou a canoa num lugar mais aberto, onde me senti preenchida por uma grande sensação de bem estar. Teria dormido ali mesmo. Era um ambiente extremamente silencioso que me tocou profundamente. Um santuário. Deus estava ali, foi o que pensei. 

Agora sim, entendia porque era uma floresta encantada. 

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