Nunca é tarde

Nunca é tarde. Mesmo que os anos tenham passado. Mesmo que seus neurônios estejam preguiçosos. Mesmo que se considere lento para um novo aprendizado. Sim, eu falo com você. Se não começar como vai aprender? 

Quando criança eu queria cantar, mas era desafinada. Entrei no conjunto infantil Arco Íris dirigido pela Eva que pacientemente nos acompanhava. Foram anos ensaiando com ela, dos 8 aos 13 anos, quando as becas nos serviam no meio das canelas. Depois veio o Sal da Terra para os teens, Unicanto para os jovens até chegar no famoso coral de adultos. 

Não tinha dinheiro para pagar o curso de técnica vocal, mas durante anos ensaiei com eles e em casa nos playbacks da vida. Ainda sou desafinada, porém, bem menos. Lá atrás quando aprendia a cantar, existia a vontade também de tocar. Era apaixonada pelo Violino. Que beleza melancólica. Fui para uma seleção na única escola de música da cidade, mas era muito concorrido e entrava quem tinha indicação. Eu não tinha ninguém para ser o "peixe" pra mim.

O tempo passou, mas a vontade de aprender um instrumento de cordas aumentou. Em 2018, quando vi uma voluntária tocando Ukulele fiquei fascinada, vi que seria possível aprender mesmo sendo adulta e descoordenada. Voltei da missão onde a conheci, e comprei meu Uke com o resto do dinheiro das férias. 

Por enquanto, ainda estou aprendendo.  Tocar o Uke virou hobby. O Violino ainda está na lista de desejo, e o resto é história.