O cão e o abutre
Não havia amizade entre o cão e o abutre, no
entanto, a tarefa não era interrompida. Não era a cumplicidade que mantinha
estático o melhor amigo do homem, para permitir que estranhos vasculhassem o
lixo doméstico de seus donos. Ou consumisse restos do jantar que ele poderia
comer quando conseguisse derrubar da lixeira, naquela manhã.
Talvez fosse a covardia, com medo de ser
devorado vivo pelas aves, mas seu cheiro ainda era de um cão que não tomava
banho com frequência. O vigia canino continuou ao lado do abutre-chefe, como se
compreendesse que aquele momento deveria acontecer.
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